segunda-feira, 8 de maio de 2017

Liberdade de imprensa

Olimpio Guarany

Quem viveu durante o regime militar pode comparar. Melhorou muito a situação da liberdade de imprensa no Brasil, mas, certamente, ainda estamos longe da ideal. Do meu ponto de vista ainda falta muito para atingirmos a absoluta liberdade de imprensa no Brasil. Ainda hoje pipocam os registros de violência contra jornalistas em varias partes do país. Muitas das vezes o         poder econômico e o poder politico se acham no direito de subjugar o jornalista e quando tem seus interesses contrariados, decretaram até morte de quem os critica.
Com o advento das mídias sociais vejo que a atividade empresarial do setor está sendo atingida em cheio.
Por outro penso que há uma crise de identidade o que nos leva a crer que o jornalismo brasileiro está diante de um quadro em que velhos desafios se juntam a novas ameaças.
Vamos entender melhor isso. Eu disse que o crescimento das mídias sociais estão atingindo a atividade empresarial. Pense bem. Uma pessoa de seu computador ou smart fone, de sua casa ou de qualquer lugar, emite opinião, veicula uma informação, que, às vezes, não é verdadeira e acaba confundindo o leitor menos avisado. Os chamados "jornalistas cidadãos" estão redesenhando os limites do jornalismo. A credibilidade e o dever de prestar contas da mídia estão sendo questionados.
É só abrir a internet e nos deparamos com pessoas assumindo a posição de intermediários-chave, de arautos da informação juntamente com novas formas de censura privada. Dá para entender? Esse é, sem dúvida, um grande desafio, identificar essas transformações que afetam a sociedade.
Há cerca de seis meses eu escrevi aqui sobre a Palavra do Ano eleita pelos Dicionários Oxford, em 2016. Lembram do termo pós-verdade? Pois bem. O que é isso? A pessoa veicula uma noticia falsa e ela circula tanto que acaba se tornando verdade. Por isso que se questiona hoje o jornalismo livre, independente e profissional. É esse setor que está sendo atingido em cheio.
Entendo que a  mídia deve ser não apenas uma fonte de informações confiáveis ela deve fornecer uma plataforma para uma multidão de vozes e mobilizar novas forças para a tolerância e o diálogo.
Os riscos são claros. Nós precisamos de um jornalismo original, crítico e bem fundamentado, orientado por altos padrões profissionais e éticos, e por uma educação em mídia de qualidade juntamente com públicos que tenham as habilidades e sejam capazes de discernir, ter senso critico e de compreensão para não correr o risco de ser manipulado
Precisamos de mentes criticas para enfrentar esses momentos difíceis pelo passa o país e boa parte do mundo.
Particularmente sobre a imprensa brasileira penso que ainda é alvo de censura prévia. Nos últimos governos petistas se ensaiou um modelo legal de amordaçar a imprensa. Seria um grande retrocesso.
Para enfrentar todas essas tempestades é indispensável que o jornalista tenha um bom caráter, seja um bom julgador, mas sobretudo, tenha responsabilidade quando emitir seu ponto de vista , além de lutar, sempre, para garantir sua independência.
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Olimpio Guarany é jornalista, economista e professor universitário


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