Olimpio Guarany
Quem viveu durante o regime militar pode comparar. Melhorou
muito a situação da liberdade de
imprensa no Brasil, mas, certamente, ainda estamos longe da ideal. Do meu ponto
de vista ainda falta muito para atingirmos a absoluta liberdade de imprensa no
Brasil. Ainda hoje pipocam os registros de violência contra jornalistas em varias partes do país. Muitas das vezes o poder econômico e o poder politico se acham no direito
de subjugar o jornalista e quando tem seus interesses contrariados, decretaram
até morte
de quem os critica.
Com o advento das mídias
sociais vejo que a atividade empresarial do setor está sendo atingida em
cheio.
Por outro penso que há uma crise de identidade o que nos leva a crer
que o jornalismo brasileiro está diante
de um quadro em que velhos desafios se juntam a novas ameaças.
Vamos entender melhor isso. Eu disse que o crescimento das mídias sociais estão atingindo a atividade empresarial. Pense bem. Uma pessoa de
seu computador ou smart fone, de sua casa ou de qualquer lugar, emite opinião, veicula uma informação, que, às vezes, não é verdadeira
e acaba confundindo o leitor menos avisado. Os chamados "jornalistas cidadãos" estão redesenhando os
limites do jornalismo. A credibilidade e o dever de prestar contas da mídia estão sendo questionados.
É só abrir
a internet e nos deparamos com pessoas assumindo a posição de intermediários-chave, de arautos da informação juntamente com novas formas de “censura privada”. Dá para entender? Esse é, sem dúvida, um grande
desafio, identificar essas transformações
que afetam a sociedade.
Há cerca
de seis meses eu escrevi aqui sobre a Palavra do Ano eleita pelos Dicionários Oxford, em 2016. Lembram do
termo “pós-verdade”? Pois bem. O que é isso? A pessoa veicula
uma noticia falsa e ela circula tanto que acaba se tornando verdade. Por isso
que se questiona hoje o jornalismo livre, independente e profissional. É esse
setor que está sendo
atingido em cheio.
Entendo
que a mídia deve ser não apenas uma fonte de informações confiáveis – ela deve fornecer uma plataforma para uma multidão de vozes e mobilizar novas forças para a tolerância e o diálogo.
Os riscos são claros.
Nós precisamos de um jornalismo original, crítico e bem fundamentado, orientado por altos padrões profissionais e éticos, e por uma educação em mídia de qualidade – juntamente com públicos que tenham as habilidades e sejam capazes de discernir, ter
senso critico e de compreensão para não correr o risco de
ser manipulado
Precisamos
de mentes criticas para enfrentar esses momentos difíceis pelo passa o
país e boa parte do mundo.
Particularmente
sobre a imprensa brasileira penso que ainda é alvo
de censura prévia. Nos últimos governos petistas se ensaiou
um modelo legal de amordaçar a imprensa. Seria um grande
retrocesso.
Para
enfrentar todas essas tempestades é
indispensável
que o jornalista tenha um bom caráter, seja um bom julgador, mas
sobretudo, tenha responsabilidade quando emitir seu ponto de vista , além
de lutar, sempre, para garantir sua independência.
__________________________________________________________________
Olimpio
Guarany é jornalista, economista e professor
universitário
Nenhum comentário:
Postar um comentário