SOBRE A RESOLUÇÃO DA EXECUTIVA NACIONAL DO PT EM RELAÇÃO ÀS ALIANÇAS COM O PSB E COM O PCDOB*
Por Antonio Nogueira (09/06/2018)
O PT Nacional deliberou, corretamente, o óbvio: *fazer alianças em busca de Coligação, preferencial, com os dois partidos de esquerda* que acenaram com a possibilidade de indicar a candidatura a vice de Lula (PSB e PCdoB).
Isso não significa que o PT fará coligação apenas com esses dois Partidos, no Brasil inteiro. *As conversas com outras agremiações partidárias de centro-esquerda não irão cessar* após a definição da vice-presidência.
É importante lembrarmos que *existem, também, os interesses eleitorais nos Estados da Federação,* aliás, que serão determinantes para qualquer aliança nacional.
Em *Minas Gerais,* por exemplo, o ex-prefeito de BH, *MÁRCIO LACERDA (PSB),* que está em segundo lugar nas pesquisas, próximo do primeiro, e *terá apoio de Ciro Gomes,* teria que desistir da candidatura e apoiar a reeleição do atual Governador, *FERNANDO PIMENTEL (PT).*
Em contrapartida, em *Pernambuco,* o PT teria que abrir mão da candidatura da vereadora *MARÍLIA ARRAES,* que está em primeiro lugar, para apoiar a reeleição de *PAULO CÂMARA (PSB),* que é o segundo colocado nas pesquisas.
Já em São Paulo, o governador *MÁRCIO FRANÇA (PSB),* que apoia GERALDO ALCKMIN (PSDB) para presidente, teria que *receber o apoio do PT, que está melhor colocado entre os dois.* E, lá, *o PDT apoia LUIZ MARINHO (PT)* para governador.
No Distrito Federal, não existe sequer a possibilidade de diálogo do PT com o governador *RODRIGO ROLLEMBERG (PSB).*
Portanto, a consolidação dessa aliança Nacional *dependerá dos interesses regionais dos grandes centros urbanos,* que apitam forte nas deliberações de cada Partido político nacional.
Ao depois, temos as estratégias para *eleição de DEPUTADOS e DEPUTADAS FEDERAIS,* interesse maior de sobrevivência estrutural dos partidos nacionais.
*Aqui no Amapá, por exemplo, com o PSB o PT terá pouca chance* de, ao menos, disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados, pois ele *tem candidato mais competitivo do que os do PT.*
Já com *o PDT, em aliança previamente discutida, o PT concorre de igual pra igual numa chapa que disputará duas* das 8 vagas, com chances viáveis de eleição de petistas.
Ademais, *tanto o PSB de CAPIBERIBE quanto o PDT de WALDEZ GÓES,* que estão empatados nas pesquisas, *já garantiram palanques para o Lula no Amapá,* este último, mesmo com a candidatura de *CIRO GOMES (PDT),* a exemplo do que fez nas 4 últimas eleições (Lula e Dilma), mesmo em uma delas tendo *Cristovam Buarque (PDT),* como candidato.
Portanto, a acertada Resolução do PT Nacional *acaba de vez com o "fantasma" das intervenções* nos Estados.
Se PT e PSB conseguirem se ajustar nos grandes centros políticos/geográficos *- o que acho muito pouco provável -* haverá orientação geral, antes do dia 27 de julho (início do novo prazo para a realização dos Encontros estaduais de Definição de Candidaturas do PT em todos os Estados), *para que caminhemos com o PSB.*
Em não havendo esses ajustes, *o curso será a homologação, pelo Diretório Nacional, das estratégias de alianças locais* a serem definidas no final de julho pelos Estados, tendo como prioridade a *eleição de Lula presidente e de deputados e deputadas federais.*
Finalizando, *não existe, na Resolução, obrigatoriedade de Coligação com o PSB e com o PCdoB* nos Estados. Ela apenas orienta darmos *preferência* a eles, em caso de atendimento dos interesses locais, sintonizados com os interesses nacionais *(eleição de Lula e de deputados federais).*
Essa é a minha análise, sobre a *Resolução de Tática Eleitoral da Comissão Executiva Nacional do PT, aprovada no dia 09/06/18,* em Belo Horizonte (MG).
*ANTONIO NOGUEIRA*
Presidente do PT/AP
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