Desde quando começou a se desenhar o quadro sucessório
em Macapá, pouco ou quase nada mudou. O
cenário que se apresentou meses atrás vai se confirmando nesses dias
finais do prazo das convenções.
O candidato nato
Pensando em sua reeleição, Clécio Luis ex-Psol, agora
na REDE, buscou ampliar seu arco de aliança desde que assumiu a prefeitura. De
lá pra cá ele juntou lideranças, conseguiu apoio incondicional da maioria dos
vereadores, levou o PROS, partido do atual presidente da Câmara, Acácio Favacho
e outros aliados. No decorrer desse tempo, ao inflar demais a sua base, teve
que lidar com divergências internas o que resultou na perda de lideranças e
partidos. Convém lembrar que por ocasião da sua eleição, Clécio vestia
a camisa de um partido cheio de pruridos, chamado até de puro sangue, o PSOL,
que não admitia se misturar com quem não estivesse na mesma linha ideológica. Pois bem, ele
deixou o PSOL entrou para a REDE que não faz tanta exigência, ou seja, é mais
pragmático, para quem não importa os meios, mas os fins. Nem o PSB que
apoiou o atual prefeito no segundo turno conseguiu conviver, embora seja da linha socialista. Outro partido
de esquerda, o PT,
caiu fora e
ainda saiu chamuscado com a exoneração de um de seus nomes mais expressivos,
Dalva Figueredo. Por lá, ainda se mantém o DEM
que, mesmo à
direita, embarcou na canoa no segundo turno das eleições de 2012, o que classifica Clécio
como candidato centro-esquerda.
Vamos combinar! Esse esvaziamento da base cleciana se
dá num momento crucial, às vésperas
das convenções,
sinalizando, fatalmente, a inversão da curva que se apresentava ascendente.
Esquerda rachada
Dois ex-aliados de Clécio, os socialistas PT e PSB vão com candidaturas
próprias, o que representa um racha nas esquerdas. Esses partidos foram parceiros quando os
Capiberibe -
pai e filho - governaram o Estado, mas se separam depois e, ao que tudo indica,
sem chance de reconciliação. O PT vai de Dora Nascimento e o PSB de
Ruy Smith.
Apontando para o Centro
Como se classifica a candidatura de Gilvam Borges
(PMDB)? Entendo que está mais com cara de Centrão, nem tanto à esquerda, nem
tanto à direita pelo simples fato de ter reunido diversas correntes. Até o
fechamento da coluna já estavam no barco do peemedebista PDT, PPS, PROS e o PTN com possibilidade de
agregar, ainda, o PSD e o PSDB.
A candidatura de Gilvam foi capaz de
ser o ponto de convergência de uma base política que havia se dividido a partir
de 2010. Logo se recompôs aquele arco
que reelegeu Waldez e Sarney em 2006.
Gilvam carrega consigo uma larga experiência
parlamentar como senador de dois mandatos e deputado federal, conhecedor dos
caminhos de Brasilia. Ao longo dos anos construiu uma rede relações,
principalmente com o grupo que hoje comanda os destinos do Brasil. Além
disso conta com a experiência de três ex-prefeitos bem avaliados: Papaléo Paes, João Henrique e
Roberto Góes. Entra na curva ascendente.
Outras vertentes
Olhando um pouco mais para a direita, numa raia vê-se
Aline Gurgel (PRB) apoiada por uma plêiade de siglas sob a égide da família
Gurgel, somado ao PTB. Em outra, o Promotor Moisés (PEN), terceiro colocado na
eleição para o Senado em 2014 com quase 50 mil votos. Ambos se apresentando
como terceira via.
Mas porque terceira via? É que toma-se como as duas
primeiras vias
os que são apoiados pelo prefeito e pelo governador. Os outros até preferem se
identificar como a terceira.
E, quem é o favorito?
Vamos esperar os registros das candidaturas, o inicio
da campanha e , no comecinho de setembro dará para observar a curva e vislumbrar a
tendência de quem tem chance de passar para o segundo turno. No mais, são
conjecturas.
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Olimpio
Guarany é jornalista, economista, publicitário e professor universitário
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