Depois da largada, na última sexta, 26, com o inicio da
veiculação da propaganda no rádio e na TV, vamos analisar como se configuram as
candidaturas à prefeitura de Macapá.
Ficou melhor para visualizar depois que o Ibope publicou a
primeira pesquisa, justamente antes de iniciar o horário na mídia eletrônica.
O resultado foi mais ou menos o já conhecido pelos
levantamentos feitos anteriormente pelos partidos políticos, mas era preciso
saber dos números para começarmos a entender.
Clécio Luis, por exemplo, mesmo tendo a reprovação de seu
governo bem maior do que a tendência de voto, aparece na liderança, mas é
seguido por três concorrentes que andam na mesma faixa: Gilvam Borges, Promotor
Moisés e Aline Gurgel. Gilvam já é velho conhecido do eleitorado. Foi deputado
federal e senador por duas vezes e foi o segundo na última eleição para o Senado.
O Promotor nunca exerceu mandato popular e Aline, atualmente é vereadora.
Por que Aline e Promotor se saíram bem na primeira pesquisa?
Primeiro pelo recall, a lembrança de que Aline fez uma pré campanha tanto na
rua quanto na Câmara se firmando como oposição
a Clécio. Há, ao menos dois anos, ela vem centrando fogo no prefeito. Já o
Promotor porque teve um bom desempenho na eleição passada, ficando em terceiro
para o Senado, mas carrega consigo a desvantagem de ter pouco tempo de TV e
Rádio, fundamentais, principalmente para quem é desconhecido.
O fato de Clécio estar na dianteira o tornará alvo dos três
que estão atrás. Entendo que quem tiver munição e souber atacar, pode provocar
desgaste e tirar votos do prefeito. Dos três, Gilvam foi o primeiro a atirar.
Já no primeiro programa começou mostrar as promessas não cumpridas do atual
prefeito. Aline e Promotor, por enquanto apenas se apresentaram, afinal ainda
não são bem conhecidos da população. Se quiserem puxar o Clécio para dançar
terão que afinar a pontaria.
A estratégia de Gilvam pode estar baseada na máxima de que é
preciso polarizar com quem está em primeiro, considerando que a disputa
polarizada chama a atenção do eleitor para os que estão nos polos. Atacar o
Clécio mostrando que ele não cumpriu as promessas de campanha pode tirar votos
do líder.
Outra estratégia - essa vale para os três - é apresentar um
plano de governo que seja factível já que o povo sabe que vivemos uma crise e
que o prefeito não vai ter dinheiro para fazer muita coisa. O ideal é jogar com
a criatividade e se aproximar, ao máximo, de um plano realista. Nesta eleição
quem falar a verdade pode melhorar a imagem junto ao eleitor. A história das
eleições nos mostra que os políticos prometem muito e fazem pouco. Contribui
para isso o desastre de Dilma que enganou o Brasil inteiro com promessas mirabolantes sem que pudesses
realiza-las, resultando no desencanto do eleitor.
Penso que para reverter a rejeição é preciso emplacar no
adversário uma pecha que lhe provoque desgaste.
Ainda temos 35 dias para a eleição e numa campanha em plena
crise os rumos ainda são incertos, por enquanto, só foi dada a largada.
____________________________________________________________________
Olimpio Guarany é jornalista, economista e professor
universitário