sábado, 12 de janeiro de 2019

Belém 403 anos, uma metrópole cheia de histórias, de vida e riquezas

Olimpio Guarany
O Repórter da Amazônia 

Um dos principais símbolos da exploração do território amazônico. Cenários de batalhas históricas. Um cidade pujante. Assim é Santa Maria de Belém do Pará, fundada em 12 de janeiro de 1616 pelo capitão Francisco Caldeira Castelo Branco que tinha a missão de ocupar a foz do rio Amazonas e defender dos ataques inimigos de ingleses, franceses e holandeses.  Na expedição também estava aquele que seria chamado mais tarde de "o conquistador da Amazônia”, o Capitão Pedro Teixeira. 

Feliz Luzitânia foi o nome dado ao fortim de madeira instalado por Castelo Branco, no pequeno lugarejo conhecido por Mairi, moradia dos Tupinambás e Pacajás, comandados pelo cacique Guaimiaba. Ainda em 1616 o povoado foi elevado à categoria de município e capitania com a denominação de Santa Maria de Belém do Pará ou Nossa Senhora de Belém do Grão Pará, a mando do rei Felipe de Espanha. Depois mudou para Santa Maria do Grão Pará; Santa Maria de Belém do Grão e finalmente Belém.

Ainda hoje Belém guarda o núcleo urbano que serviu de sede para o governo da província. As maravilhosas igrejas, o forte e prédios que deram dimensão de metrópole  ao lugar. 
Chamado de Complexo Feliz Lusitânia, região portuária da cidade, às margens da Baía de Guajará, o local preserva construções do período colonial. Recentemente revitalizado pelo Governo do Estado, o sitio abriga museus, restaurantes e oferece diversas opções de lazer.
Aqui estão a Igreja de Santo Alexandre, com seus belos jardins externos; o Museu de Arte Sacra, repleto de estátuas e artefatos religiosos que retratam a história regional; o Forte do Presépio e a  Casa das 11 Janelas. 

A obra mais antiga desse conjunto arquitetônico é o Forte do Presépio, localizado na praça Frei Caetano Brandão, Cidade Velha. É o marco da fundação da cidade de Belém.

Andando pelo sitio histórico de Belém deparamos com a igreja de Santo Alexandre, construída pelos jesuitas. De arquitetura pujante, prevalece o estilo barroco. Neste  local é onde pregava o padre Antonio Vieira. O interior guarda riquezas inestimáveis como o altar e os pulpitos todos em madeira entalhada. Registros revelam que só para concluir as obras dos dois púlpitos foram 15 anos de trabalho meticulosos. Ainda na segunda metade do século vinte a igreja foi desativa e transformada em museu.

No seu interior estão guardadas relíquias, obras que foram trazidas de Portugal ainda no século 17. São artes sacras sacras, onde estão expostos acervos repletos de estatuas e artefatos religiosos.
A grandiosidade da arquitetura da capital paraense também salta aos olhos. 
Um dos destaques são as obras de estilo neoclássico do arquiteto italiano Antônio Landi. Entre elas a catedral Metropolitana da Sé. A obra combina três estilos arquitetônicos diferentes: o barroco, o colonial e o neoclássico. 

As torres, semelhantes a da igreja das Mercês de Belém, também projetadas por Landi não tem paralelos no mundo luso-brasileiro e são inspiradas em modelos bolonheses, região de origem do arquiteto. A catedral contém um nicho com uma estatua de Nossa Senhora. A construção foi concluída em 1782.
Outras obras de Antonio Landi se destacam: o Palácio Lauro Sodré, sede da Coroa  e que até pouco tempo abrigava o governo do estado e a casa das onze janelas, construída no século 18 para servir de residência a rico fazendeiro. A casa foi adquirida pelo governo da província e Landi a transformou no hospital real. 
Um momento importante da história econômica e social do Brasil foi o “Ciclo da Borracha”, período em que se extraia o látex e se comercializava a borracha.
Esse período áureo da exploração da borracha nativa proporcionou a expansão da colonização, provocou mudanças econômicas que transformaram Belém em centro de negócios e, ao mesmo tempo, em local de residência e convívio da classe alta e da ampla classe média. O Governo do Pará e a Intendência (prefeitura) de Belém reconstruíram a cidade durante todo o ciclo. À época chegaram a desenhar um projeto audacioso de transformar Belém em Paris.

E quase conseguiram, pelo menos exportaram da cidade luz uma arquitetura de encantar os olhos. Prédios renascentistas, igrejas monumentais, praças que nos fazem voltar no tempo. Aqui o poder da borracha fez brotar no chão úmido da floresta, um conjunto arquitetônico dos mais belos do pais. Belém foi chamada de Paris na América.

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