Olimpio Guarany
O
Brasil perde competitividade no mercado internacional, numa economia cada vez
mais globalizada, por conta de um sistema de portos arcaico e caro. Há muito
tempo estamos atrasados no quesito logística de portos. Se quisermos melhorar
nossa posição perante o mundo é indispensável que sejam feitos investimentos
pesados na modernização dos nossos portos. Embora tarde, penso que Governo deu
um grande passo ao editar a Medida Provisória 595/12. Conhecida como a MP dos
Portos, essa iniciativa é considerada
estratégica para diversos segmentos da economia, e vai, sem dúvida, aumentar a
competitividade do setor e ampliar a participação brasileira no mercado
internacional.
No ano
passado, o porto de Santana foi incluido no mapa da logisica de portos mundiais
pela sua localização estratégica, na foz do rio Amazonas, porta de entrada para
a Amazonia.
Considerando
que os portos de Santos e Paranaguá já estão estrangulados, com suas estruturas
que já não atendem as demandas; que os custos elevados os torna um gargalo, reduzindo
a capacidade de competição de nossos produtos lá fora; e que, quando se trata da exportação de grãos da
região Centro Oeste, onde as carretas carregadas esperam na fila até
um mês para o embarque, o que representa um aumento significativo nos custos, a
situação piora. Por tudo isso, concluimos que a
tese do porto de Santana como entreposto para exportação de grãos, é a certa.
A localização do nosso porto é tão favorável que aqui pode-se construir um grande parque logistico capaz de atender as necessidades, principalmente, no respeita as exportações das commodities agricolas produzidas no Centro Oeste brasileiro
A localização do nosso porto é tão favorável que aqui pode-se construir um grande parque logistico capaz de atender as necessidades, principalmente, no respeita as exportações das commodities agricolas produzidas no Centro Oeste brasileiro
A
solução intermodal, se utilizando a BR 316 que corta o Mato Grosso e vai até
Itaituba (PA) com o transbordo para as barcaças que navegarão até o porto de
Santana, vai resultar na redução dos custos do transporte da ordem de US$ 60 a US$
80 por tonelada. Só isso já justifica os investimentos necessários para a
ampliação e modernização do porto de Santana.
Por outro lado, apesar
de dar um passo decisivo no sentido de modernizar os portos, diminuir seus
custos, um dos maiores do mundo, custos estes que atrasam o desenvolvimento, o
Governo encontra reação dentro de sua própria base. A ação dos lobbies de
sindicatos dos estivadores, de empresas, de grupos politicos que trabalham pelo
interesse privado, acabou disvirtuando a essência da proposta do Governo,
quando parlamentares descompromissados com o país colocaram uma série de
penduricalhos na MP, na hora da votação.
Chamar a iniciativa
privada para dividir investimentos e gestão dos portos é uma demonstração de
maturidade do Governo.
Aqui no Amapá sofremos
um atraso criminoso na instalação do porto privado da Cianport, por conta da
burocracia e da falta de capacidade para tomada de decisão do governo estadual.
Entendo que esse é um
momento crucial para o Brasil dar o salto que precisa para se tornar mais comepetitivo.
Amanhã, 13, haverá
sessão extraordinária na Câmara Federal para que seja votada a MP dos Portos. Esperamos que, ao menos uma vez, os senhores
parlamentares incorporem o espirito público, pensem no país e párem de cuidar
só dos seus interesses.
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Olimpio Guarany é
jornalista, economista, publicitário e professor universitário
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