Olimpio Guarany
Essa semana o governador Waldez Goes
anunciou a inauguração
da ponte do rio Matapí para
o dia 12 de dezembro. Que bom que a data foi definida. A liberação da ponte para tráfego é a aguardada com grande expectativa,
mas são poucos
os que conseguem dimensionar a importância
dessa obra.
A análise poderia ocorrer em várias camadas, mas quero me prender à ponte como mecanismo vital para o
eixo econômico
da região
metropolitana de Macapá.
Estaria com mania de grandeza falando em região metropolitana? Claro que não. Essa análise passa por uma projeção de futuro. Quem diria que um dia
Barueri ou Guarulhos teria sua importância
se olharmos São
Paulo da década
de 1960? Pois é. É assim que eu vejo essa região.
Ao instante em que a ponte do Matapi
acaba com o isolamento e integra três
municípios
- Macapá,
Santana e Mazagão
- com reflexos em mais dois ao sul,
Laranjal e Vitória
do Jari, nos leva a estabelecer uma
projeção
para daqui a alguns anos possuirmos uma área metropolitana conurbada ou seja a
malha urbana dos três
municípios
se unindo. E o que mais? Vamos lá.
Tome o rio Matapi sem a ponte e olhe para sua margem direita. Imagine aquela
imensidão,
grandes extensões
terras com potencial fantástico
para empreendimentos agroindustriais, sem poder ser explorada. Agora pense
aquilo com a ponte, considere a extensão
até o Vila Nova e você verá muito mais, por exemplo um potencial
logístico fluvial que poderá ser utilizado para dar vazão não só ao que se produz por aquelas bandas,
mas capaz de escoar a produção
do agronegócio
bem como servir de suporte de transporte para entrada e saída de mercadorias. Hoje já existem empreendimentos do lado de lá. De criação de peixe em cativeiro a olaria,
onde se produz telhas, tijolos produtos que atendem os mercados de Macapá, Santana entre outros. Imagine as
carretas trazendo milheiros e milheiros de telhas tendo que atravessar de
balsa? Só para citar um exemplo. Com a ponte será uma
mão na roda, sem querer fazer
trocadilho.
Lá atrás, na campanha de 2002, Waldez
defendia a tese de que para o Amapá
crescer era necessário
se executar um projeto estruturante capaz de aproveitar todo o potencial econômico gerado pelas recursos naturais
que o estado possui em abundância,
incluindo a província
mineral, o potencial agro florestal e da extraordinária localização que nos deixa próximos dos mais importantes mercados
mundiais.
Era um sonho, afinal aquela altura só tinhamos a promessa do senador Sarney
de que o linhão
de Tucurui chegaria por aqui e teríamos
energia de qualidade capaz de atender demandas em escala industrial. Veio mais
que a encomenda. Alem do linhão
outras três
hidrelétrica
se instalaram por aqui o que nos coloca como estado exportador de energia. Isto
quer dizer que temos energia para atender toda a demanda de uma matriz industrial
que logo se instalará e
ainda sobra para exportação. Outros mecanismos seriam
fundamentais para completar o tabuleiro do tal projeto estruturante idealizado
por Waldez. Foi quando novamente a articulação e o prestigio de Sarney entraram em
campo e mais dois gols foram marcados: Zona Franca Verde e Zona de
Processamento de Exportação.
Ao governo cabe ainda lubrificar toda
essa engrenagem, elaborar um bom planejamento, definir o perfil econômico do Estado bem como implementar
uma politica de incentivos capaz de
atrair empresas de outras partes do Brasil e do exterior.
De todo modo é certo que o Amapá está começando a trilhar o caminho do
desenvolvimento.
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Olimpio Guarany é jornalista, economista, publicitário e professor universitário
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