segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ponto de Vista



Sucessão 2016
Estamos a oito meses das eleições municipais. Daqui até julho, mês das convenções partidárias, vai-se especular muito sobre os prováveis nomes que disputarão o pleito.  Considerando que os grupos que estão no poder atualmente são totalmente antagônicos, é certo que haverá uma polarização entre o candidato apoiado pelo governador Waldez Góes e o atual prefeito Clécio Luis, candidato à reeleição. Mas não posso deixar de considerar que ainda pode aparecer uma terceira via. Nomes não faltam, por exemplo, Lucas Barreto (DEM), Aline Gurgel (PR), Promotor Moiséis Rivaldo (PEN) e Ruy Smith (PSB). Os quatro estão classificados como pré-candidatos. O único certo mesmo para a disputa é o atual prefeito, até porque o governador não tirou da cartola o nome de sua preferência. Até 2008 havia uma máxima que dizia "governador não elege prefeito”, porém, Waldez, depois de impor uma humilhante derrota a João Capibaribe, em 2006, com prestigio em alta , apoiou Roberto Góes, em 2008 e o elegeu. Não foi tarefa fácil, afinal, àquela altura, Roberto passou para o segundo turno com uma diferença de 16% atrás do primeiro colocado Camilo Capiberibe. Foi uma virada histórica e o tabu quebrado.
E agora?
Olhando para o pleito de outubro próximo e sendo realista, vamos encontrar um Clécio em franca recuperação, depois de ter amargado um percentual de reprovação altissimo, e um candidato apoiado por Waldez que, pessoalmente, tem uma força eleitoral estupenda. Clécio tenta administrar um grupo heterogêneo que vai do PSOL ao DEM. Imaginem uma verdadeira arca de Noé, cada segmento com seus interesses. Soube que já há insatisfações só pelo fato da imprensa conjecturar em torno do nome para a vice. Ouvi até mesmo de Lucas que tem interesse em disputar. Bem. Então vamos pegar esse fato. Quem diria que o DEM sairia da base de Clécio e lançaria um nome? Aqui com os meus botões fiquei pensando lá na frente, na disputa de 2018 ao governo, para a qual já se anuncia o nome de Davi Alcolumbre (DEM). Seria mais seguro para Davi ter o prefeito efetivamente “seu”, do DEM, para apoiá-lo ou aguardaria que Clécio honrasse o compromisso de lhe devolver o apoio? Historicamente não se tem cumprido acordos longos demais, talvez daí habitasse nas cabeças dos homens do DEM essa idéia de abocanhar logo a prefeitura e ter uma base segura para apoiar o projeto do partido ao governo em 2018. Mas ninguém se elege por antecipação. Eleição é um jogo de guerra. No final saem vitoriosos, derrotados e feridos. O perigo no caso da união de DEM-Clécio são os feridos, suas mágoas e suas mazelas.
Do lado de Waldez
Haviam três pretendentes do lado de quem está no poder estadual. Com a desistência de Roberto Góes, ganham força os nomes de Gilvam Borges e Jorge Amanajás. Entregar uma secretaria forte a Jorge pode ter sido o primeiro sinal do governador, embora saibamos que Waldez é um homem que tem sempre o pé no chão e não desprezaria uma pesquisa para saber quem tem melhor chance. Mesmo que não escolha nenhum desses dois e parta para um terceiro - há quem fale em Papaléo Paes - o apoio de Waldez será decisivo para, no minimo, colocar seu candidato no segundo turno.
A terceira via

Entre os nomes colocados como terceira via, Aline Gurgel (PR) está alinhada com o governo. Poderia Waldez apoia-la? Sim. O fato de Aline ter-se lançado, independente de Waldez se manifestar, não quer dizer que não tenha a simpatia do governador. Ocorre que não se pode perder de vista, os interesses do grupo dos Gurgel. Eles tem um projeto de poder. Isso poderia ser um obstáculo para a união com Waldez? Não, desde que ficasse amarrado o compromisso deles não lançarem nome para concorrer com Waldez em 2018. E quem garante que compromissos a longo prazo serão cumpridos? O jogo está aberto.
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Olimpio Guarany é jornalista, economista, publicitário e professor universitário

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